domingo, 27 de julho de 2014

Memorial Reflexivo

Atividade Extra
Memorial Reflexivo
Processo de aquisição da minha leitura e escrita
Aplicação
28/10/09

 O dia que não foi perfeito... mas era o esperado.



            Era uma vez, uma menininha com seis anos que não podia ir para pré escola. Sua mãe disse que lá era tudo e só brincadeiras e não se aprendia nada. Imagine só... era tudo o que a jovem criança queria.
            Aninha era uma dessas crianças muito ágeis e alegre, só ria e de tudo fazia brincadeiras. Adorava novas amizades e seu passa tempo preferido é desenhar.
            Um dia seu pai ensinou-lhe a desenhar uma casa. Esta casa era assim: telhado meio quadrado, uma chaminé saindo fumaça, paredes combinando, duas janelas com vidros e cortinas e uma porta fechada, trilho, flores para decorar, árvores para fazer sombra e um muro de pedras regulares onde o cão podia esconder-se. Ela achava o máximo passar o tempo com seu heroico pai. Para a menina, o pai era seu Super-Homem, cheio de habilidades inexplicáveis, mas com um coração de forças imensas.
            Então, tudo estava para mudar na vida da pobre, doce e ingênua Aninha. Que com tudo isso até pode-se fazer um poeminha.

O tempo foi passando e a criança só imaginando:
Quando vou para escola aprender brincando?
Não demorou muito e o dia chegou:
Uma foto foi tirada para na história ficar registrada.
Saíram então, sua irmã mais velha e pela mão a Aninha toda encantada.
Chegando à escola a menina estava assustada e decidiu ficar ali parada.
O sinal soou e a menina já se apavorou:
Será que é agora que eu vou?
Logo a professora entrou e a aula então começou.
Coçando a cabeça a menina bocejou:
Quanta decepção.
O encantamento virou uma ilusão
O que Aninha imaginava e esperava
Não passou de uma verdadeira prisão.
A uvinha soletrava, o bê-á-bá ela tentava,
Mas tudo não passava de uma piada.
Certamente de nada adiantava,
A professora passou a ser a bruxa que apitava
E as aulas a entediava.
Aninha não aprendia
Nem de noite, nem de dia,
O que fazer?
Nem ela mesma sabia.
A conclusão?
É que ficou de recuperação.
Não sairia com alegria
Daquela triste e fria
Alfabetização.
E quase teve um triste fim
Se não pensasse assim
Como a professora queria
Uma casa igual a que ela fazia
Não sairia com alegria
Daquela grande missão.

E agora...
Entendeu a verdadeira lição?
(Carmem Lúcia N. Schorr)

            Aninha se alfabetizou através de cartilhas e do método da abelhinha. Demonstrou muita dificuldade no decorrer do ano letivo de 1981 e com sete anos de idade. Para ela, sua professora era uma bruxa das mais malvadas possíveis e atualmente ainda relembra essa profissional de educação que a chamou de “burra”, sendo ridicularizada na frente de todos os seus colegas que riram naquele momento.
            Outro fato marcante na vida escolar da menina, ainda no mesmo ano e na mesma escola é claro, é a atitude vergonhosa de um colega seu que fez “xixi” na sala, sentado em sua carteira por ter tido medo de pedir para ir ao banheiro.
            A menina lembra-se também dos seus gritos constantes na sala de aula, sua voz rouca e grave, sua pele amarelada, seu tom agressivo e sua falta de paciência e de amor durante um ano inteiro.
            Mas Aninha não desistiu. Assim como na história da “Chapeuzinho Vermelho” o lobo mau tentou através das palavras persuadir a menina e conseguiu. Mas na história de Aninha a professora “bruxa malvada” não conseguiu, pois a grandiosa criança sonhava e sempre queria mais e não parou de estudar.
            A jovem sonhadora sempre persistia e ainda persiste nos seus ideais dentro do que acredita ser e estar correto. Cresceu, estudou e ainda continua se preparando para o futuro.
Assim Aninha (eu, Carmem), acredita na verdade, na mudança, no destino é claro, e na pedagogia do amor. Sem o amor nada é possível. Basta querer e acreditar.
 Tente e verás!
           

(Escrito e produzido por Carmem Lúcia N. Schorr)

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